sábado, 23 de junho de 2012

Por que, pai ?

Meu pai sempre foi um cara bonito. 
Quando eu nasci ele ainda era muito jovem, devia ter uns 20 e tantos anos.
Não me pareço muito com ele. 
Ou pareço ?  I don't know..
Diziam que eu parecia com a minha dinda..enfim.

Meu pai sempre fez muita merda, e ele tinha TUDO pra dar certo na vida.

Ele começou a fumar com 14 anos. E por más influências acabou se viciando em drogas também. 
E agora vocês falam:

"Más influências não é desculpa, cada um faz o que quer."

Bom, eu acho que, SIM, cada um faz o que quer.
Mas vai dizer que você tomou essa decisão sozinho ? Resolveu se viciar e pronto? Mesmo sabendo de todos os riscos ? Porque o que menos falta por aí são campanhas dizendo pra você sempre rejeitar as drogas quando te oferecerem. 
Pois é, se te oferecem, é por que estão te influenciando, né?

Meu pai começou a andar com "gente que não presta" e se deixou levar pelas drogas. Triste isso.

Mais triste ainda é ter que acordar todo dia de manhã com alguém gritando, xingando Deus e o mundo, reclamando de tudo, e de nada ao mesmo tempo. 
Por que? Adivinhem..

Pior ainda é ter que ver seu pai chorando, por achar que está sozinho no mundo. Que não há mais em quem confiar.
Que a própria mãe o julga. Que ela não o ama.

E com os olhos ardendo, cabeça doendo, de tanto segurar essas malditas lágrimas, lá vou eu abraçá-lo.
Confortá-lo. 
E aí, eu escuto:

"Você é a única que gosta de mim"

Não consegui segurar.
E chorei.

Ele me pede água. Vou buscar, e lhe entrego. Digo que tenho que entrar, pois tenho que estudar. Mas o que eu vou fazer mesmo, é me jogar na cama, agarrar meu travesseiro, e chorar. 

É muita pressão psicológica pra uma menina de 13 anos. 
Ver seu pai gemendo de dor. 
Ver seu pai quase morrendo
Isso tudo porque não soube cuidar de si mesmo. Não tomou seus remédios pra diabétes.

Se imagine no meu lugar. O que você faria ? 

Não sabe como é ruim, ver uma pessoa que você ama sofrendo, e não poder ajudar.
Ver que seu abraço não serviu pra muita coisa.




Eu te amo, pai.
            

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